4 dicas incríveis de como desenvolver a sua caligrafia

Publicado por Gráfica KWG em

Quando Steve Jobs decidiu fazer um curso de caligrafia em Stanford, sequer imaginava que aproveitaria tudo o que aprendeu nesse curso anos depois, quando estivesse projetando o primeiro Macintosh. Você sabia que isso influenciou na criação das lindas fontes que temos em nossos computadores hoje?

Este é só um exemplo famoso da importância da caligrafia no nosso dia a dia. Ela está muito mais presente do que imaginamos. Talvez você não pense em criar algo tão revolucionário quanto a invenção de Jobs, mas nem por isso precisa ter “letra de médico”, certo?

Especialmente se você se dedica a alguma atividade ligada às artes gráficas, é fundamental compreender e saber colocar em prática os princípios de uma boa letra, treinando a caligrafia. Então, continue a leitura e saiba como chegar lá!

4 dicas incríveis de como desenvolver a sua caligrafia

1. Conheça as variações tipográficas

Existem diversas categorias e subcategorias de tipos. Dentro delas há, ainda, as famílias tipográficas e cada uma das famílias têm as suas próprias variações. Essas divisões, hoje, são mais comuns nas fontes digitais. No entanto, é importante que você entenda pelo menos um pouco do assunto.

Os tipos são categorizados como com e sem serifa ― a serifa é aquela espécie de tracinho que aparece nas terminações de algumas fontes. Veja algumas subcategorias de fontes:

  • com serifa: humanista, transicional, moderna, egípcia;

  • sem serifa: grotesca, gótica, geométrica;

  • mistas: fantasia, cursiva, histórica.

Algumas famílias se encaixam apenas em uma dessas categorias, como a Helvética que é exclusivamente sem serifa. Outras são projetadas tanto sem quanto com serifa, como a Caslon e a Garamond.

Dentro das famílias, existem as variações, que é o que mais nos interessa no desenvolvimento da caligrafia. Algumas delas são:

  • bold (negrito): variação de peso;

  • semi-bold: variação de peso;

  • condensada: variação de largura;

  • estendida: variação de largura;

  • itálica: variação de inclinação.

Além das categorias, famílias e variações, é preciso ter atenção a outros detalhes, como o espaçamento entre letras, palavras e linhas. Também, conhecidos como kerning, tracking e leading, os alinhamentos são importantes, eles podem ser à direita, à esquerda, centralizado ou assimétrico.

2. Escolha uma técnica

Existem a técnica de caligrafia básica que se destina a tornar a letra mais bonita e legível e as de caligrafia artística e hand lettering. Se o seu objetivo é ser um calígrafo profissional, você deve se aperfeiçoar em uma ou mais das técnicas da caligrafia artística. Conheça algumas delas:

  • inglesa: originaria do XII, tem muitas inclinações e ângulos fechados;

  • comercial: é a mais contemporânea, vem sofrendo modificações ao longo do tempo, que acontecem até os dias de hoje;

  • alemã: suas minúsculas têm formatos diferentes das maiúsculas, com traços elegantes e finos;

  • italiana: era usada na Itália até o século V, atualmente só é vista em documentos oficiais ou lápides;

  • coulée: tem origem italiana, porém, hoje é mais utilizada na França, diferencia-se pelo alongamento das hastes e inclinação;

  • ronde: sem qualquer inclinação e totalmente arredondada, está presente nas escolas de arte até hoje.

3. Pratique os movimentos

Cada uma das técnicas descritas acima, aliadas às variações, exigem movimentos diferentes. Isso acaba demandando prática para que sejam feitos com perfeição. Os movimentos ideais são os dos antebraços e dos ombros, e não dos dedos e das mãos como na escrita comum.

Quando não se tem o costume, parece difícil mudar o paradigma do movimento. Um modo de facilitar essa transição é praticando no ar, como se estivesse escrevendo em uma lousa imaginária.

O uso de folhas pautadas próprias para a prática de caligrafia também é recomendado. Elas podem ser encontradas na internet para impressão, ou em blocos e cadernos vendidos nas papelarias.

Você pode começar fazendo círculos e ondas entre as pautas para treinar o traço e, quando se sentir mais seguro, começar a, de fato, desenhar as letras. Faça o alfabeto inteiro, experimentando diferentes tipos de letras, com pesos e inclinações variadas. Até sentir mais segurança em seu traçado.

4. Utilize os materiais adequados

Para quem deseja se tornar especialista em caligrafia, é muito importante investir em materiais de boa qualidade. Eles farão toda a diferença no resultado do seu trabalho.

Para quem está iniciando, o ideal é usar um marcador caligráfico, como a caneta dual brush. Em um dos lados, ela oferece uma ponta fina, e no outro, uma ponta de pincel. Com esse tipo de marcador, é possível treinar a variação entre traços mais finos e mais grossos e a transição entre eles.

Para quem já está em um estágio mais avançado, a pena e a tinta nanquim são as maiores aspirações de um calígrafo. Então, quando chegar lá, não desanime por causa da má qualidade do material.

Pesquise bem sobre o cabo da pena, que poderá ser inclinado ou reto. Além disso, tenha em mente que a tinta precisa ser de secagem rápida, pois, assim, serão evitados os borrões. Por isso, a nanquim é a mais adequada, mesmo não tendo uma grande variedade de cores.

Já os papéis mais indicados para a caligrafia são os mais lisos, ao contrário das aquarelas que ficam melhores nos texturizados, pois se você estiver trabalhando com pena, a textura poderá prendê-la e provocar linhas tortas.

A gramatura do papel deve ser mais alta quando se está trabalhando com tinta nanquim, uma vez que o excesso de umidade da tinta exige um papel mais rígido e espesso para melhor absorção.

É muito importante levar em consideração a qualidade dos materiais tanto no treino, quanto na criação e na reprodução dos seus trabalhos de caligrafia, já que eles têm forte influência na facilidade de execução e no resultado que você deseja alcançar.

Como você pôde ver, a caligrafia é muito mais do que um modo de ter uma letra bonita, ela é uma forma de arte muito admirada no mercado, principalmente no design gráfico. A partir do seu estudo, se torna possível a criação de lettering incríveis ― bastante usados na personalização de casamentos — e, até mesmo, de fontes digitais que podem ser comercializadas.

E então? Gostou de saber como desenvolver a sua caligrafia artística? Então, siga-nos no Facebook, Instagram, YouTube e Twitter e tenha acesso a muito mais conteúdos como este!