Checklist para fechamento de arquivo: o que você precisa conferir?
Todo profissional gráfico sabe que criar um projeto de design é uma tarefa grandiosa e que demanda muito esforço para resultar em um produto de referência. No entanto, o fechamento de arquivo para a gráfica é um processo por si só, repleto de particularidades e técnicas, e o designer precisa estar atento aos mínimos detalhes para a obtenção de resultados de alto nível em seus projetos.
Saiba como criar uma checklist de fechamento de arquivo concisa e técnica e garantir um job finalizado com qualidade!
6. Passos fundamentais para fechamento de arquivo
1. Sangria e margem de segurança: evite cortes em sua arte
Máquinas gráficas produzem e refilam impressos em escala industrial, e por mais precisas que sejam, pequenos erros sempre podem acontecer. Para evitar que sua arte perca algumas partes vitais durante o processo de refile, atente-se a sangria e a margem de segurança.
A sangria é todo elemento que ultrapassa a área do formato final do impresso, dando espaço para que pequenas variações de refile não deixem áreas falhadas ou apareçam filetes brancos nas extremidades do impresso final.
Cada gráfica possui um padrão específico para trabalhar com a sangria, que normalmente varia entre 1 e 5 mm para cada lado da arte, sendo 1mm para materiais mais simples, como por exemplo cartões de visita, e 5mm para materiais mais complexos como folders e revistas, que necessitam de uma margem maior para manuseio.
Por exemplo:
Considere um cartão de visita com formato final de 9×5 cm. Neste caso, trabalhando com o exemplo de 1mm de sangria, o formato final da arte seria o equivalente a 9,2×5,2 cm.
Já a margem de segurança é uma margem interna, geralmente 4mm para cada lado, considerando do tamanho final do impresso para dentro. Textos, imagens e todos os elementos que você não deseja que sejam cortados, devem ficar para dentro desta margem. Desta forma, você assegura que eles não sejam refilados.
Por exemplo:
Considere o mesmo cartão de visita com formato final de 9×5 cm. Neste caso, trabalhando com o exemplo de 4mm de sangria, a margem de segurança deverá corresponder a 8,2×4,2 cm.
Veja na ilustração a seguir um exemplo de sangria e margem de segurança aplicados em um cartão de visita com formato final de 9×5 cm.
Para não ter erro na hora de configurar a sangria e a margem de segurança, é essencial que você verifique com a sua gráfica parceira qual é o gabarito utilizado para cada material impresso. Para saber mais sobre o significado e a importância destes dois elementos, confira o nosso artigo completo sobre sangria, área de corte e margem de segurança.
2. Convertendo fontes em curvas
Essa é com certeza a tarefa mais importante que você deve realizar. Quem nunca teve o arquivo reprovado por esquecer de converter em curvas? Este é um tipo de problema bastante recorrente na área gráfica.
Quando trabalhamos com determinada fonte em uma criação e a deixamos de maneira editável, devemos considerar que o departamento de pré-impressão que irá manipular o arquivo, poderá não ter a mesma fonte que você utilizou. E como consequência, na tentativa de abrir o arquivo, o software indicará que o arquivo possui fontes inexistentes e poderá substituir a fonte que você utilizou por qualquer outra.
Para evitar esse tipo de transtorno, é essencial converter todos os textos em curva, ou seja, transformá-los em objeto durante o seu processo de fechamento de arquivo. Confira o nosso artigo completo sobre como converter em curvas nos principais softwares vetoriais.
3. Convertendo efeitos em bitmap
Aplicações de efeitos especiais, como transparências e sombreados, devem sempre ser convertidos para bitmaps no processo de fechamento, evitando a perda de qualidade, com pixelizações ou desfoques e complicações na manipulação do arquivo, além de reduzir sensivelmente o tamanho e tempo de renderização da imagem. Está mesma ação também se aplica para preenchimentos em gradiente.
Se você estiver trabalhando com o CorelDRAW siga os procedimentos abaixo:
1. Selecione um objeto que deseja converter;
2. Clique em Bitmaps > Converter em bitmap
3. Escolha uma resolução na caixa de listagem Resolução, na gráfica KWG trabalhamos com 350 dpi;
4. Escolha um modo de cor na caixa de listagem Modo de cor, neste caso CMYK;
5. Em opções, ative a caixa de seleção suavização de serrilhado para suavizar as bordas do bitmap;
6. Ative a opção fundo transparente para tornar o fundo do bitmap transparente. Essa função é apenas opcional;
Confira exemplo a seguir:
Se você estiver trabalhando com o Illustrator siga os procedimentos abaixo:
1. Selecione um objeto que deseja converter;
2. Clique em Objeto > Rasterizar
3. Comece escolhendo o modo de cores CMYK;
4. Em seguida em resolução, escolha a opção outra e digite 350;
5. Defina se você prefere fundo transparente ou branco
6. Em opç˜ões escolha a opção otimização de arte
Confira exemplo a seguir:
4. Padrão de cores para impressão
Existem vários padrões de cores utilizados no meio do design, mas para impressões o único aceito é o CMYK. Certifique-se de que todas as imagens de referência e arquivos utilizados estejam neste padrão: a diferença entre sistemas de cor pode causar uma baixa fidelidade cromática.
O mesmo vale para cores Pantone: tenha sempre a referência física em mãos para garantir que a cor saia fiel ao projetado!
5. Cuidados com a resolução
A resolução das imagens é outro ponto de grande impacto no resultado final. Atente-se para que suas imagens e outros elementos sempre tenham no mínimo 300dpi (pontos por polegada) de resolução. Como já falamos, aqui na KWG, trabalhamos com 350 dpi. No entanto, o tamanho e intenção do impresso podem variar esta exigência: outdoors e fotografias são um exemplo.
6. Cuidados com a cor preto
A cor preto causa dores de cabeça a designers constantemente, mas você pode evitar problemas seguindo uma regra básica: para áreas pequenas ou de elementos textuais, utilize apenas preto (K 100%).
Já nas áreas de maior tamanho, como fundos, opte por “calçar” o preto, isto é, imprimi-lo junto com pequenas porcentagens das outras cores (em torno de 20% de cada), impedindo que a impressão saia com um aspecto claro demais.
Para mais detalhes sobre como trabalhar com a cor preta no CMYK, sugerimos a leitura do nosso artigo completo e exclusivo sobre preto composto.
Prepare a sua Checklist
Antes de enviar o seu arquivo para impressão, verifique se você realizou todas as conversões necessárias. Abaixo exemplificamos um modelo bem simples de checklist, para que você não deixe passar nenhuma etapa. Confira.
Se as suas respostas foram SIM! Parabéns! Você poderá enviar o seu arquivo para impressão sem medo.
No post de hoje, vimos dicas práticas para montar uma checklist e organizar o fechamento de arquivo de forma eficiente, evitando problemas de compatibilidade, impressões sem fidelidade e clientes insatisfeitos. Seguindo esses passos, fechar seus arquivos será uma tarefa fácil e com garantia de bons trabalhos!
Gostou do texto? Esperamos ter solucionados boa parte das suas dúvidas sobre fechamento de arquivo. Veja também 3 dicas de revestimentos gráficos para enobrecer seus impressos!
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