Quais os principais tipos de papéis sustentáveis?
Você sabia que o Brasil é referência mundial na produção de papéis sustentáveis? Toda a matéria-prima utilizada para fabricação de papel e celulose no país é proveniente de áreas de reflorestamento, em especial o eucalipto e o pinus, que contribuem, respectivamente, com 85% e 15% do fornecimento.
Existem estudos em andamento e discussões sobre os impactos causados por essas monoculturas, além do processamento e do transporte de materiais. Entretanto, há também um esforço significativo em prol da sustentabilidade no setor testemunhado por diversas iniciativas ambientais e o desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos, como apresentaremos neste artigo.
Continue a leitura para entender mais sobre os papéis sustentáveis, suas características, aplicações e sua importância para os negócios e para a sociedade nos dias de hoje!
O que são papéis sustentáveis?
O papel sustentável pode ser definido como um papel cujo processo produtivo está de acordo com as normas ambientais. Ele preserva ou reutiliza recursos, bem como consegue criar uma relação equilibrada entre lucros, sociedade e ecologia. Enfim, são produtos que adotam práticas que garantem a sua continuidade e também respeitam a natureza e a economia local.
Outros fatores também podem ser levados em conta, como os produtos químicos utilizados na fabricação, as condições de trabalho oferecidas pelas empresas, os impactos relacionados ao transporte, as certificações, entre outros.
O mercado de papéis sustentáveis está crescendo em todo o Brasil e, atualmente, é possível encontrá-los em várias regiões do país e também em e-commerces. Nas lojas virtuais, geralmente há um planejamento logístico mais inteligente e opções mais variadas de produtos.
Quais os principais tipos de papéis sustentáveis?
Ainda que a produção de papel no Brasil seja 100% proveniente de áreas de reflorestamento, novos plantios podem ser eventualmente necessários. Há também estudos que indicam um consumo elevado de água no plantio do eucalipto capaz de afetar o solo e diminuir o volume dos lençóis freáticos da região.
Sendo assim, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que essas práticas industriais se tornem plenamente eficazes no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Enquanto isso, são as soluções de reciclagem e as certificações oficiais que mais ganham destaque no cenário da sustentabilidade, como você confere a seguir.
Papel reciclado
O papel reciclado é desenvolvido a partir do reaproveitamento de papéis não-funcionais, sejam eles de pré-consumo (resíduos de indústrias e gráficas), sejam de pós-consumo (cadernos, livros e revistas usados recolhidos por campanhas, comerciantes e empresas especializadas).
Existem diferentes tipos de instalações que desenvolvem esse tipo de produto, desde a produção manual até indústrias com maquinário de alta tecnologia. Há também ONGs que compram o material reciclável de catadores e empregam pessoas carentes na fabricação.
Os papéis representam cerca de 40% do lixo acumulado nos grandes centros urbanos, e, por isso, esse trabalho traz um verdadeiro alívio para os aterros sanitários dessas cidades. Além disso, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, uma tonelada de papéis recolhidos para a reciclagem pode evitar o corte de até 20 árvores.
Papel de plástico reciclado
Embora os materiais sintéticos geralmente sejam vistos como prejudiciais ao meio ambiente, nesse caso eles representam uma solução para conter diretamente esse problema. O papel de plástico reciclado é produzido a partir do reaproveitamento de plásticos descartados após o consumo, como potes de alimentos, garrafas de água e embalagens em geral.
Esse tipo de papel sustentável é fruto de uma iniciativa brasileira. O produto está no mercado há cerca de 10 anos e foi desenvolvido em um projeto de pesquisa da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
Devido a sua resistência, é um papel comumente destinado ao mercado gráfico e de embalagens, pois se mostra muito eficiente em locais e em produtos que são expostos à água e à umidade, como outdoors, rótulos de garrafas, cédulas e livros escolares.
Papel certificado
Já existem alguns certificados que atestam a procedência de papéis sustentáveis. Os selos podem garantir que aquele material foi produzido levando em conta práticas sustentáveis ou informar ao consumidor o total de carbono emitido na atmosfera durante a fabricação.
O FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal) é uma organização não governamental e sem fins lucrativos, criada na década de 90 para promover técnicas de manejo florestal responsáveis ao redor do mundo.
O Carbon Footprint, por sua vez, confere uma estimativa da quantidade de dióxido de carbono liberada para a atmosfera pelas atividades desenvolvidas por um empreendimento durante um período determinado.
Há também o Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal), que assegura a execução de normas ambientais, econômicas e sociais definidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Papel semente
Imagine picar os papéis que você não usa mais, colocá-los em um vaso e ganhar uma mudinha de camomila ou manjericão. Essa é a proposta desse papel sustentável, cujo segredo está na matéria-prima que dá o seu nome: as sementes!
Na fabricação desse tipo de papel, o produto intermediário é produzido em formato 2B (8 folhas A4 juntas) para, em seguida, ser cortado de acordo com os formatos encomendados. O papel semente pode ser impresso em policromia e é recomendado para processos como Hot Stampink, alto e baixo relevo. As gramaturas vão de 180 a 320 gramas em Off White.
Essa opção, além de sustentável, é um destaque à parte em cartões de visita, convites de casamento e aniversários. As sementes utilizadas podem ser de agrião, mostarda, almeirão, salsinha, manjericão, cenoura, tomate e muitas outras hortaliças. O plantio deve ser feito em até um ano para garantir uma boa germinação.
Como o desenvolvimento de práticas ecológicas agrega valor ao negócio?
Hoje, a sustentabilidade é o melhor caminho para empresas dos mais variados setores gerarem visibilidade e valor no mercado. As práticas sustentáveis são capazes de favorecer um negócio como um todo ao otimizar a utilização de recursos, reduzir queixas e problemas legais e engajar colaboradores e clientes para um forte questão política e social.
Desde o cultivo de árvores à reciclagem dos produtos, a cadeia produtiva do setor de celulose e papel do Brasil é uma das mais sustentáveis do planeta. A adoção e a comercialização de produtos provenientes dela, principalmente aqueles de maior apelo ambiental, como as embalagens e papéis reciclados, é essencial para que essas iniciativas continuem e sejam aprimoradas.
A sustentabilidade está no topo das agendas corporativas e governamentais em todo o planeta e os consumidores nunca estiveram tão conscientes. Todas essas implicações justificam a importância de profissionais e empresas assumirem a liderança no desenvolvimento de soluções que contribuam para um futuro melhor.
Os papéis sustentáveis, por sua vez, são um dos mais importantes exemplos dessa transformação de postura observada na sociedade. Essa é a prova concreta que um mercado, outrora marcado por práticas impactantes, é capaz de se reinventar e, ainda, inspirar empresas e pessoas sobre uma causa tão urgente e importante.
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