Fechamento de arquivo: descubra o que você não aprendeu na faculdade
Você atua na área de design gráfico, mas ainda tem pouca afinidade com questões técnicas de impressão como fechamento de arquivo para enviar às gráficas? Saiba que certos aspectos podem fazer a diferença e até mesmo encorajar uma relação saudável de parceria entre sua agência e esses estabelecimentos.
Certamente, saber a forma correta de enviar um arquivo é a primeira grande lição para a qual você deve se atentar. Esse tipo de conhecimento é capaz de otimizar bastante a atuação de uma gráfica e, consequentemente, permitir que você cumpra os prazos e satisfaça seus clientes.
Está na hora de tirar esse tópico de letra! Neste post, você vai aprender de forma clara como funciona o fechamento de arquivo para envio para gráfica. Confira a seguir.
Qual a diferença entre faculdade e mercado?
Ao estudar design, você aprendeu a criar projetos de comunicação visual diversos e, com certeza, desenvolveu muitos materiais (digitais e impressos). Entretanto, no meio acadêmico, provavelmente seu processo de criação era baseado em estudos, conceitos, e contava com inúmeras reuniões com os clientes.
Já no mercado, todo profissional da área sente um certo impacto, principalmente no âmbito mais comercial. A maioria dos seus clientes solicita e busca criações visualmente bonitas, mas sem tanta profundidade em questão de conceito, não é mesmo?
Outra grande diferença é que o tempo também é bastante limitado em todas as etapas. Você já não possui a chance de mergulhar no DNA da marca do cliente durante meses para, só então, iniciar um período de criação, experimentação e esboço.
Quantas vezes em sua vida profissional você teve apenas 5 dias para absorver, criar e produzir uma arte que, antes, você tinha semanas para desenvolver? Isso mostra que o mercado exige uma agilidade e um leque de referências muito rico de um designer. Caso contrário, sem essa base e essas habilidades, o profissional pode ficar estagnado.
Essa rotina movimentada pode levar muitos designers a focar na criação e pecar na produção — etapa em que a arte precisa atender aos requisitos do cliente e estar dentro das configurações necessárias para a impressão e a finalização corretas.
Como atuar em conjunto com uma gráfica?
Se você conta muito com os serviços de gráficas para atender as demandas de seus clientes, lembre-se de que cada uma delas possui regras e padrões de pré-impressão próprios. Portanto, conheça no mínimo as informações mais gerais que elas costumam requerer para criar, desenvolver e fechar todos os seus arquivos corretamente.
De qualquer forma, sempre procure saber como é o gabarito da gráfica específica que vai realizar suas impressões. Se necessário, entre em contato e tire todas as suas dúvidas. Algumas gráficas disponibilizam seu gabarito no próprio site (o que facilita o acesso), enquanto outras orientam os funcionários a informarem os pormenores via telefone.
Dominando essas regras, as alterações não serão necessárias e o trabalho da gráfica será otimizado — afinal, o papel dela é realizar as impressões. Se houver um erro no arquivo, é improvável que um funcionário da gráfica o conserte antes de enviá-lo para a impressão.
Quando isso ocorre, as gráficas podem tomar duas atitudes. No melhor dos casos, o estabelecimento rejeitará seu arquivo e enviará uma notificação a respeito dos ajustes necessários. Ou, na pior das hipóteses, a gráfica entenderá que a responsabilidade é totalmente sua e fará a impressão mesmo com os erros.
Sendo assim, é melhor se atentar aos detalhes e não dar chance ao azar, não é mesmo?
Como realizar um fechamento de arquivo ideal?
Formato
Arquivos para impressão devem ser salvos preferencialmente na extensão PDFX-1A, que compacta arquivos pesados sem perder a qualidade. Além disso, quando fechada da maneira correta, permite que o arquivo seja aberto em qualquer dispositivo sem sofrer alterações ou desconfigurações.
Se você acredita que salvar um arquivo em PDF é simplesmente selecionar esse formato, você não poderia estar mais enganado. Para salvar um arquivo em PDFX-1A, existem uma série de configurações necessárias no momento da exportação.
Confira como fechar o seu arquivo em PDFX-1A nos principais softwares de criação:
Resolução
Na faculdade você aprendeu que para serem impressos com qualidade agradável, seus arquivos precisam possuir, no mínimo, 300dpi. No entanto, para se obter uma qualidade ainda melhor, as gráficas costumam trabalhar com resolução de 400 ou 450dpi. Portanto, prefira essas resoluções na hora de exportar os seus arquivos.
Margens
Essa é uma das etapas mais importantes do fechamento de arquivo, pois é o que irá garantir o corte correto do seu material. Assegure-se de que o arquivo fechado contém:
-
marcas de corte;
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área de segurança (3mm de cada lado para dentro da área de corte);
-
sangria (3mm de cada lado para fora da área de corte).
Para saber tudo sobre essas três margens, para que serve e como configurar, sugerimos a leitura do artigo: Sangria, área de corte e margem de segurança.
Overprint
Essa ferramenta pode ser desativada em softwares gráficos. Com ela habilitada, um elemento que está sobreposto a outro pode aparentar uma leve transparência quando impresso.
Você utilizará o padrão CMYK, que consiste nas porcentagens das cores ciano, magenta, amarelo e preto. Existe a opção de utilizar 100% de cada pigmento, totalizando 400% de tinta. Na prática, o ideal é utilizar apenas 100% de preto para não aplicar tinta em excesso no papel e não ultrapassar seus limites de absorção.
Evitando essa forma de overprint, você pode até mesmo fazer com que sua impressão seque mais rapidamente. Diante disso, você pode estar pensando então que nunca deve habilitar essa opção, certo? Errado.
Quando se trata de um elemento textual na cor preta, se você desabilita essa ferramenta, o texto pode possuir uma linha branca em seu entorno no resultado impresso. Logo, é interessante manter o overprint habilitado em blocos de texto com fontes menores, pois mesmo que o texto apresente uma leve transparência, não será detectada pelos olhos humanos.
Em casos de elementos textuais curtos e com fontes maiores, como as letras são grandes, também pode ocorrer o problema das bordas com linhas brancas. Sendo assim, mantenha a opção overprint habilitada e aplique uma carga de 30% de ciano (podendo também acrescentar a mesma porcentagem das demais cores do padrão CMYK). Essa técnica é chamada de rich black).
Conversão de fontes em curvas
É possível que a gráfica não possua alguma fonte que você utilizou em sua arte, então converta o texto para vetor. Assim, você evita que ocorra alguma modificação na aparência da fonte quando o arquivo for aberto no dispositivo da gráfica.
Conversão de efeitos para bitmap
Ao realizar um fechamento de arquivo é necessário transformar efeitos que estejam em vetor para bitmap. Essa ação é conhecida como rasterização e garante que transparências, sombras, texturas e mesclas também não sofram distorções ao serem impressas.
Quando falamos em efeitos, estamos nos referindo as seguintes propriedades do objeto: gradientes, sombreamentos, transparências, lentes, distorções, powerclip ou máscara, extrusões, contornos interativos, entre outros.
Acabamentos
Aplicações como verniz localizado precisam ser enviadas separadamente de acordo com o estipulado no gabarito disponibilizado pela gráfica. Para um arquivo 4×4 cores com verniz em ambas as faces, é necessário criar uma página para cada face do material, incluindo uma página exclusiva para o verniz. Por exemplo:
Página 1: Frente do impresso
Página 2: Máscara de verniz referente a frente do impresso
Página 3: Verso do impresso
Página 4: Máscara de verniz referente ao verso do impresso
Para mais informações sobre máscara de verniz, sugerimos a leitura do artigo: Máscara de verniz localizado: tudo que você precisa saber
Boneco
No caso de folders e impressos semelhantes, realize um teste de impressão em baixa qualidade, que servirá apenas para conferir se a orientação das páginas de um impresso dobrável está correta.
Você conferiu neste post a importância do fechamento de arquivo tanto para otimização dos serviços de uma gráfica quanto para o seu processo de criação e desenvolvimento. Siga as orientações apresentadas neste artigo e veja como isso fará diferença no seu trabalho.
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