O que é proporção áurea e qual a importância para o design?
Proporção áurea, número áureo, número de ouro, secção áurea ou proporção de ouro é uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega (PHI), em homenagem ao escultor Phideas, que a teria utilizado para conceber o Parthenon, e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618.
Quem atua na área de design, arquitetura e engenharia, com certeza já se deparou com a fascinante teoria sobre as aplicações da proporção áurea. Há quem defenda que seu uso em projetos os torna mais bem-acabados, e outros que não acreditam tanto assim na sua eficácia.
Polêmicas à parte, o fato é que esse assunto dá muito o que falar! Afinal, já está nos anais da história da humanidade há muito tempo, e quem trabalha com design deveria, sim, reservar um tempinho para estudar, conhecer, aprender, analisar e tirar suas próprias conclusões sobre o tema. Então, que tal acompanhar o post?
Afinal, o que é proporção áurea?
O segmento áureo, razão áurea ou, simplesmente, proporção áurea é originado da matemática, sendo uma constante real algébrica irracional — e para os poucos simpatizantes da matemática, não é motivo para calafrios!
Na verdade, o assunto transcende essa temida ciência e vai muito além, provocando fascínio na maioria das pessoas que se aventura a mergulhar no tema.
Inicialmente, a representação da secção áurea é feita por uma reta dividida em duas partes — a e b. A soma das duas é dividida pelo segmento mais longo, resultando no valor aproximado: 1,61803398875, ou seja, PHI (φ), o número de ouro.
Sua representação por meio da letra grega PHI (φ) foi inspirada no arquiteto, Phidias, que teria usado o conceito da proporção áurea no projeto do Parthenon, ainda no século V a. C. A natureza de número irracional atribuída ao segmento áureo significa que nunca haverá nada exatamente com o seu valor numérico. E quanto mais próximo algo estiver desse número, maior será considerada a sua proporcionalidade e simetria.
Os estudiosos da razão áurea a encontraram abundantemente na natureza, e sua importância, quando aplicada ao design, é vista em composições visuais naturais e orgânicas, esteticamente agradáveis ao olhar. Por isso, é muito estudada nesse ramo, assim como nas artes, arquitetura e áreas relacionadas.
De que forma o segmento áureo surgiu e como ele funciona?
Alguns dizem que Pitágoras foi o primeiro a descrever a proporção divina, há aproximadamente 500 a.C. para explicar a harmonia, a alma e o cosmos. Outros, apontam Euclides como pioneiro ao mencionar o assunto há 2,3 mil anos em sua obra “Os Elementos”.
Contudo, no início do século XIII, o matemático italiano, Leonardo Fibonacci, propôs uma curiosa sequência numérica, que está relacionada à proporção áurea, uma vez que a razão entre qualquer par de números em sucessão é bem próxima do número PHI. A sequência numérica foi composta somando o número subsequente ao anterior: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, e assim, sucessivamente.
Conforme a sequência vai aumentando, a razão entre os números fica cada vez mais próxima de 1,6180 — o número PHI. Por exemplo: a razão entre 3 e 5 é 1,6666, entre 21 e 34 é 1,6190 e dividindo 55 por 34 temos 1,6176, demonstrando a aproximação ao número de ouro.
Quando são aplicados os princípios da razão áurea a um retângulo, chega-se ao que a geometria denominou “retângulo de ouro” e à criação da Espiral Áurea, traçando uma linha que segue a direção dos retângulos menores formados sucessivamente. Aqui é que o emprego da proporção áurea se torna mais interessante, já que são formas consideradas estruturas de proporções perfeitas e, por isso, extremamente prazerosas de se ver.
Onde podemos aplicá-la?
Conforme dissemos, acredita-se que a secção áurea é usada há mais de 4 mil anos na arquitetura, no design e outras áreas, e que até os egípcios antigos a empregaram na construção das pirâmides de Gizé. Além deles, os gregos teriam projetado alguns dos seus mais importantes monumentos com base em seus princípios.
Suas aplicações remontam há séculos. A relação entre a razão áurea e as artes pode ter nascido de um livro escrito por um monge italiano, Luca Pacioli, intitulado: “De Divina Proportione”, no século XVI, e confiou ao seu amigo Leonardo da Vinci as ilustrações do manuscrito.
A partir desse ponto, a proporção divina teria sido empregada em incontáveis quadros e esculturas renascentistas, com o objetivo de alcançar mais equilíbrio e beleza nas composições. Da Vinci seguiu aplicando o conceito em sua obra “A última Ceia”, “Mona Lisa”, e o “Homem Vitruviano”. Assim como ele, outros artistas fizeram o mesmo, entre eles, Botticelli, Michelangelo, Raphael, Salvador Dali e Rembrandt.
No entanto, engana-se quem considera sua aplicação apenas em obras ou monumentos arquitetônicos. Sua abrangência tem caráter universal, alcançando a organização dos ossos humanos e dos animais, a ramificação de nervos e veias, os galhos das árvores, a disposição das pétalas das flores, as conchas de animais marinhos, a formação das galáxias, a geometria dos cristais e até o DNA.
Há quem diga que a razão áurea também pode ser encontrada na nona sinfonia de Beethoven, ações da bolsa, peças maçônicas, templos, pirâmides, palácios e na proporção do corpo humano. Além disso, é amplamente explorada na literatura pop, como na obra “O Código da Vinci”, do escritor Dan Brown.
Quais as vantagens do uso do segmento áureo?
As vantagens da aplicação podem estar relacionadas à tendência na aceitação das pessoas de algo encontrado na natureza, sem esforço ou artifício. Assim, a proporção áurea é facilmente incorporada a tudo.
Não é difícil encontrar quem defenda o segmento áureo como uma ferramenta indispensável aos designers para elaborar identidades visuais, diagramação de livros e revistas, peças gráficas variadas e até layouts para websites. Ela é conhecido por proporcionar o máximo de alcance no rendimento criativo. Inclusive, existem muitos logotipos supostamente desenvolvidos com fundamento nesse conceito, como o logo da PepsiCo.
Vale a pena testar o quanto um projeto pode ficar mais harmônico com o uso dessa ferramenta misteriosa. Para isso, procure dimensionar áreas com base no segmento áureo, usando definições de 1:1.618, e observe como isso afeta a sua percepção. O mesmo pode ser feito com espaçamentos, que são elementos tão importantes em qualquer projeto de diagramação.
Utilize a proporção áurea como um guia, em vez de se deixar levar apenas pela intuição. Isso é especialmente útil quando há muitos itens para organizar, incluindo as imagens. O mesmo vale para distribuir conteúdo, lembrando que a atenção é naturalmente levada para o centro da espiral, e lá é que devem estar os detalhes mais relevantes.
É importante deixar claro que o uso da razão áurea não é o único caminho para se produzir trabalhos memoráveis, pois tudo depende de cada projeto, do estilo do profissional, entre outros fatores. Desse modo, não é necessário usar sempre uma malha geométrica para que o resultado funcione — todo método ou ferramenta ajuda muito, mas as variáveis envolvidas são inúmeras.
A proporção áurea é uma matéria intrigante, que deslumbra muita gente, principalmente pelas histórias fantásticas que a cercam e dão asas à imaginação. A questão é que a razão PHI existe e muitos a aplicam com sucesso, então, cabe cada um conhecer a teoria e aprender a aplicar com sabedoria para que os resultados sejam tão bons quanto se espera.
Proporção áurea aplicada em logotipos
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